Conheça o jornalismo móvel da agência simples!
De acordo com a Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (FGVcia), em uma pesquisa realizada em 2020, existem no Brasil cerca de 234 milhões de celulares smartphones, o que revela mais de um aparelho móvel por pessoa. Junto a este número expressivo vem uma gama de possibilidades que podem ser aproveitadas e exploradas por muitos setores.
Nesta onda da digitalização de serviços, mudanças de comportamento de consumo e relações interpessoais, oportunidades de negócios e comunicação, o jornalismo sobe na prancha não somente para surfar na tendência, mas também para se apropriar de seus recursos que abrem muitos espaços e mitiga limitações dos veículos tradicionais.
Diante deste cenário, este artigo se propõe a apresentar a agência simples!, uma agência de notícias e conscientização social hospedada no Instagram. Exploraremos quais e como os recursos da rede social e da dinâmica de consumo de conteúdo para dispositivos móveis são utilizados e experimentados no processo de fazer jornalismo pela agência que busca simplificar a informação.
Fundada pela Maíra Amaral e pelo Yan Gabriel, a agência conta com a colaboração de estudantes do curso de Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), do qual a idealizadora e o idealizador do projeto foram formados, e alguns estudantes da universidade de outras áreas, como economia.
Como mencionado anteriormente, a agência simples! nasceu no Instagram e utiliza seus recursos como os stories, postagens no feed em formato de carrossel, reels, destaques, e IGTV para produção e disseminação do conteúdo. Assim como o nome sugere, a linguagem é bem simples e próxima do que veríamos em perfis comerciais, pessoais ou de produtores de conteúdo de outros nichos.
Por mais que esteja em uma plataforma pensada para consumo em dispositivos móveis, a agência mantém algumas características do jornalismo padronizado em veículos tradicionais, por exemplo a presença de pautas quentes, formatos de entrevistas realizadas em lives, e a figura do ou da jornalista como mediador/mediadora da informação. No entanto, é notório a ruptura das práticas já consolidadas e um diálogo com outras práticas de jornalismo online.
O quadro Pingado! é exemplifica bem como a agência ao mesmo tempo que se baseia no modelo tradicional de jornalismo, se apropria das ferramentas e linguagem da rede social para transmitir sua mensagem. Basicamente, neste momento é feito um resumo semanal das principais notícias – vamos dizer assim – num prazo de tomar uma xícara de café. O quadro é produzido nos stories, e fixado nos destaques. É usado recursos disponíveis da plataforma como gifes, legendas e chamadas, além disso, é inserido vídeos de memes deixando assim bem divertido ver notícias do Brasil – que muitas vezes é contraindicado para pessoas que querem manter o restinho de saúde mental que ficou.
Segundo o autor João Canavilhas em seu livro Webjornalismo: 7 características que marcam a diferença, o jornalismo digital possui características próprias, e ele lista a hipertextualidade, multimedialidade, interatividade, memória, instantaneidade, personalização e a ubiquidade como tais. Na agência simples!, podemos ver muitas destas em postagens, pois há conteúdos noticiosos com uso de vídeos, imagens, legendas, artes e templates, quadros, e relação direta com as pessoas que estão consumindo a informação.
Neste mês (05), a agência completa um ano de existência e comemorou isso no estilo TikTok com um vídeo bem divertido que trazia os bastidores da “redação”.
Conforme apresentado, a agência simples! é um bom modelo de jornalismo móvel que emerge em velocidade acelerada. Um fazer jornalismo adaptado as mudanças tecnológicas e compromissado em levar informação de qualidade e promover justiça social.