Jovens brasileiros se fazem presentes na política: bem vinda, Gen Z!

Reprodução: Agência Brasil

Como a geração Z, com memes, TikToks e tuitaços, participa da política construída pelos jovens ao longo da história do Brasil. 

A diminuição da atuação nas ruas pode ser confundida com desinteresse político por parte da principal geração que forma a maioria do eleitorado jovem atualmente no Brasil: a geração Z. Porém, as rápidas transformações comportamentais e sociais ocorridas nos últimos dez anos, levantam o questionamento sobre a forma como se faz resistência e política em um mundo cronicamente online.

Para entender as tendências de comportamento da geração Z em relação à política, a pesquisa “Vem Na Trend 2024”, realizada pelo Instagram em parceria com a Worth Global Style Network (WGSN), conversou com jovens de 16 a 24 anos de idade nos Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Brasil e Coreia do Sul. Conforme os resultados, metade dos entrevistados acredita que realizar ativismo político nas redes sociais possui o mesmo impacto que o ato de votar no pleito. 

“Hoje em dia você tem notícias sobre política nas redes sociais, né? Então, a gente acompanha o que está acontecendo no país, quem são os candidatos, pelo Tik Tok, Twitter e Instagram”, diz Maria Clara Pereira, de 17 anos, quando questionada sobre os principais meios de informação que ela utiliza. A estudante do terceiro ano do Ensino Médio, votou pela primeira vez nas eleições presidenciais de 2022, com apenas 16 anos de idade.

As eleições de 2022 foram a porta de entrada de milhões de jovens brasileiros na política brasileira. De acordo com análise realizada a partir dos dados eleitorais fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de eleitores que têm de 16 a 20 anos de idade passou de aproximadamente 6,8 milhões em janeiro de 2022 para mais de 9,1 milhões em outubro do mesmo ano, mês em que o eleitorado brasileiro foi às urnas.

Uma das campanhas mais marcantes do ano foi o “tuitaço” do dia 16 de março, realizado durante a Semana do Jovem Eleitor 2022. Segundo dados do antigo Twitter (agora X) publicados em plataformas do TSE, mais de 6,8 mil tuítes com esse tema foram publicados, e chegaram às telas de mais de 88 milhões de pessoas. Mais de 4,7 mil usuários do Twitter participaram da campanha.

Para Ana Júlia Gonçalves, de 18 anos, que vota pela primeira vez em 2024, a geração Z está muito envolvida na política, especialmente quando o assunto são pautas sociais que, durante muito tempo, foram negligenciadas na política mundial. “Acho que a minha geração está muito envolvida na política, mais do que talvez se esperasse. Estamos sempre discutindo temas como meio ambiente, igualdade de gênero, direitos LGBTQIA +, educação e saúde”, afirma a jovem.

A participação dos jovens foi decisiva em grandes momentos políticos da história do Brasil. Antes mesmo do  inciso II, §1º do art. 14 da Constituição Federal, que garante o voto facultativo aos cidadãos e cidadãs de 16 e 17 anos, entrar em vigor em 1988, a juventude brasileira já se colocava como um dos grupos sociais de maior movimentação política do país – sendo, por exemplo, uma das forças de repressão contra a Ditadura Militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1985.

Por: Emily Christine – 102304

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