Mata Atlântica: em busca da salvação

Mata Atlântica: em busca da salvação

Conhecida por uma vegetação exuberante e fauna diversa, a Mata Atlântica abrange cerca de 15% do território nacional, perpassando por 17 estados e compondo 70% do PIB nacional, segundo dados da ONG SOS Mata Atlântica. A crise ambiental advém do uso do bioma no abastecimento da população com recursos naturais, em diversas atividades, como pesca, agricultura, energia elétrica, entre outras.

Resultado disso, hoje a mata é considerada um hotspot, ou seja, área com grande diversidade biológica, com presença de espécies endêmicas e que sofre um processo acelerado de perda de diversidade biológica, de acordo com João Paulo Viana, coordenador do projeto BioPESB, da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

“A Mata Atlântica possui cerca de 20 mil espécies de plantas conhecidas, o que equivale a mais que todo o contingente de plantas da Europa inteira. Isso faz com que ela seja considerada um hotspot, ou seja, área com grande diversidade biológica, com presença de espécies endêmicas e que sofre um processo acelerado de perda de diversidade biológica”.

JOÃO PAULO VIANA, COORDENADOR DO PROJETO BIOPESB

Sobrevivendo às explorações

Segundo o site de notícias G1, na cidade de Viçosa (MG), em razão das condições climáticas e da vegetação seca, houve um crescimento gradativo em focos de queimada, de 2019 para 2020, que são uma das maiores responsáveis pelo desflorestamento no Brasil.

A partir disso, surgem novas perspectivas de preservação deste bioma. Exemplo disso, são as unidades de conservação da Mata do Paraíso e a Mata da Biologia, que são utilizadas para projetos e pesquisas. Ao todo, são mais de 200 hectares de área protegida.

Na luta pela defesa da Mata Atlântica, foram criados projetos na cidade e em regiões próximas, atendendo de diferentes formas as demandas de preservação. Dentre eles, o Projeto Conexão Mata Atlântica, que tem apoio técnico do Instituto Estadual de Florestas (IEF), possui uma unidade em Viçosa e tem como objetivo recuperar áreas degradadas na Bacia do Rio Paraíba do Sul. O BioPESb também é outra iniciativa que busca valorizar a mata e promover a educação ambiental, por meio de pesquisa e da popularização das informações ligadas à área do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.

Perspectiva histórica

A colonização do Brasil introduziu o processo de degradação da Mata Atlântica, com a exportação e extração do pau-brasil, junto a outros itens que impulsionaram o mercado alimentício, como o café, a cana-de-açúcar e a madeira. A comercialização desses recursos deu início à destruição da floresta, que chegou a ter espécies de vegetação exploradas até a extinção, como é o caso da canjarana e da canela.

A devastação trouxe também a extinção de animais nativos. O biólogo e professor Guilherme Correa pontua sobre os efeitos da degradação no contexto da Mata Atlântica: “quanto mais você degrada, mais você diminui as condições para que a biota como um todo, para fauna, flora ou qualquer outro grupo vivo consiga sobreviver de maneira geral”.


Texto original

Por: Isadora Viana de Lima e Vitor Guimarães de Rezende

Isadora Viana de Lima

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