O complexo fenômeno da evasão escolar

O complexo fenômeno da evasão escolar

Um grave problema social que afeta crianças e jovens, principalmente do ensino médio, em vários países.

A evasão escolar é o ato de parar de assistir às aulas e abandonar a escola. No Brasil, de acordo com o Censo Escolar de 2016, 2,8 milhões de crianças e adolescentes entre quatro e 17 anos estão fora da escola. Os fatores que levam a esse abandono são muito diversos e envolvem tanto as escolas, em sua grande maioria públicas, quanto a sociedade.

Estrutura educacional

Para Maria do Carmo Couto Teixeira, Pedagoga e professora da Universidade Federal de Viçosa, as instituições de ensino têm uma estrutura educacional antiga, com conteúdos e linguagens que não são acessíveis e/ou interessantes para parcela dos estudantes.

A forma como o ensino é proposto não considera a especificidade das crianças, com realidades e personalidades diferentes e não possibilita o desenvolvimento da criatividade, a expressão cultural e artística nas suas diversas manifestações.

Esse modelo, de acordo com a Lívia Ferreira Santana, psicopedagoga, somado a um sistema cíclico, presente nas escolas do Estado, no qual as crianças passam por ciclos e podem avançar sem necessariamente ter o conhecimento necessário àquela etapa, desestimula e desenvolve uma baixa autoestima nos estudantes, os quais tem grandes chances de evadir.

Saiba mais.

Fatores socioeconômicos

Externamente às escolas, existem fatores que também contribuem para esse quadro. As diferentes realidades socioeconômicas fazem com que alguns estudantes precisem trabalhar para ajudar a família, sendo muitas vezes difícil conciliar o emprego com os estudos.

Além disso, muitas famílias não conseguem dar o apoio que o jovem necessita para enfrentar as dificuldades que ele vive na escola, seja de aprendizagem ou mesmo de socialização com os colegas.

Para compreender e tentar combater essa complexa situação de evasão escolar, é necessário considerar que há inúmeros fatores que a influenciam, não sendo possível resolver apenas por um aspecto.

É necessário aproximar mais a escola das famílias e das comunidades, ou seja, dos próprios contextos socioeconômicos e culturais que os jovens estão inseridos.

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Maira Ferrari

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