Vereadores mais votados não são necessariamente os eleitos

Isadora Campos e Giovana Barbieri

O atual vereador Daniel Cabral foi o único entre os 15 mais votados que não foi eleito para a próxima legislatura

Mesmo com o dobro dos votos que o elegeram em 2020, quando recebeu 475 sufrágios, Daniel figura em 2024 como primeiro suplente, com 934 votos

Cerca de 60 mil vereadores foram eleitos nas mais de 5.500 cidades brasileiras nas eleições municipais de 2024, pelo sistema proporcional de votação, que é utilizado nos pleitos para as câmaras municipais, assembleias legislativas e Câmara dos Deputados.

A conta não é muito simples, e, por isso, há casos de candidatos com menos votos que se elegem e há outros bem votados que não conquistam o mandato. É o caso do vereador Daniel Cabral (PCdoB), atual vice-presidente da Câmara, que obteve 934 votos, sendo o 10° mais votado nessas eleições.

Sistema Proporcional

A ideia do sistema proporcional é manter a pluralidade das correntes políticas de pensamento, dando chances a candidatos dos diversos partidos que disputam as eleições.  Para isso, há dois cálculos: o quociente eleitoral e o quociente partidário.

Para serem eleitos, os candidatos precisam apenas cumprir dois requisitos: ter votação equivalente a pelo menos 10% do quociente eleitoral; e estar dentro das vagas a que o seu partido ou federação terá direito, que é determinado pelo quociente partidário.

O quociente eleitoral é calculado pela divisão do total de votos válidos (excluídos os brancos e nulos) pelo número de vagas na Câmara. Em Viçosa, foram registrados 42.745 votos válidos para vereador, que divididos por 15 vagas, resulta no quociente eleitoral 2.850.

Leia também: Todos os vereadores votados em Viçosa

quociente partidário é a divisão dos votos válidos obtidos pelo partido ou federação pelo quociente eleitoral. Caso não sejam preenchidas todas as cadeiras nessa primeira fase, entram na disputa aqueles partidos que atingiram 80% do quociente eleitoral.

O que é quociente eleitoral e partidario?

Poderão receber as cadeiras os candidatos que individualmente obtiverem 20% do quociente eleitoral. Se ainda sobrarem vagas, elas serão distribuídas entre todos os partidos de acordo com a média de votos.

No caso de Viçosa, a Federação PT-PCdoB, por exemplo, obteve 6. 353 votos no somatório de todos os seus candidatos. Dessa forma, dividindo 6.363 pelo quociente eleitoral (2.850), chega-se ao quociente partidário de 2,2. 

Ou seja, a federação tem direito a duas vagas na Câmara, preenchidas pelas mais votadas da federação (Prisca – 1.620 votos e Jamille Gomes – 1.560 votos, ambas pelo PT). O terceiro eleito da federação, Professor Idelmino (PCdoB) – 1.093 votos, foi eleito por média.
Já o vereador Daniel Cabral, apesar da expressiva votação, não conseguiu se reeleger pois foi o 4° mais votado da Federação PT-P-CdoB, que conseguiu três vagas para a próxima legislatura.

SAIBA TAMBÉM! A distribuição das cadeiras da Câmara de Viçosa ficou assim:
  • PP – 2 cadeiras
  • PT/PCdoB – 3 cadeiras
  • PRD – 2 cadeiras
  • PSB – 2 cadeiras
  • UNIÃO – 2 cadeiras
  • PSD – 2 cadeiras
  • SOLIDARIEDADE – 2 cadeiras

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