Davi começou a competir como atleta de voleibol, ainda no ensino fundamental, e esse ano teve sua primeira experiência na função de auxiliar do treinador Matheus Regazi
O início
Nascido em Viçosa, Davi se mudou para São Paulo aos 3 anos de idade. Ele retornou a Viçosa em 2018, aos 12 anos, quando começou a acompanhar de perto o time de vôlei do módulo II da E. E. Alice Loureiro. “Era um time muito forte, eles arrebentavam!” — disse ele.
O jovem contou ainda sobre seus primeiros passos no voleibol e como surgiu a paixão pela modalidade. “Na época, os outros meninos mais novos e eu começamos a nos reunir e jogar durante a educação física, durante os intervalos. Foi aí que o então diretor, José Nelson, percebeu a nossa disposição. Ele perguntou se tínhamos interesse em competir e pediu para procurarmos mais alunos interessados.”
Após formarem um time, Davi contou que eles disputaram o primeiro campeonato, os Jogos Escolares Viçosenses (JEV’s). Porém, o desempenho não foi o suficiente para conseguirem vitórias e acabaram não conseguindo chegar ao pódio.
Período de mudanças
No ano seguinte, a pandemia de Covid-19 obrigou todos a interromperem as atividades presenciais. Quando retornaram, o professor de educação física, Cristiano, estava afastado dos trabalhos. Após sua volta, ele treinou o time juntamente com a atual vice-diretora da escola, Rose, para os JEV’s. Dessa vez, no módulo II.
“Foi então que chegou o Matheus (atual professor de educação física e técnico da escola). Ele assumiu o cargo e nos levou ao vice-campeonato. Em seguida, ele se tornou interino e nos levou ao título.” — conta o atleta.
Ele ainda falou sobre sua transição e os feitos dos últimos anos.“Eu joguei dois anos de JEV’s no módulo 2, que foi campeão masculino, e em 2024 fui assistente técnico. Auxiliei nos treinamentos de basquete e do vôlei, que inclusive foi finalista esse ano na categoria feminina.” — disse.
A escolha pelo vôlei e a maturidade
Davi também falou sobre o processo de sua escolha pelo voleibol. “Eu sempre tive vontade de jogar, mas isso cresceu quando eu vi os alunos mais velhos jogando e fiquei impressionado com a qualidade deles. Eram muito bons. Eu queria ser como eles.”
Ele também falou sobre a mudança de mentalidade em sua trajetória. “Eu era uma pessoa estourada (enérgica) quando jogava, mas depois comecei a melhorar esse trato com as pessoas. É porque sou muito competitivo. Porém, com mais idade e maturidade, entendi que o importante passou a ser auxiliar os novos jogadores. O Matheus (professor) me ajudou muito nisso, além da parte esportiva em si (tática e técnica).”
Ao longo desses anos, ele conquistou algumas medalhas, sendo elas: no vôlei, foi 1º lugar no JEMEV, 2º no JEMG e 2º nos JEV’s; também foi 1º lugar no vôlei e na peteca nos JEV’s; por fim, ainda coleciona o 1º lugar no dodgeball nos JEV’s e um 2º lugar no JEMG.
Planos para o futuro
Davi também contou que planeja estudar educação física e seguir trabalhando com o ensino. “Acredito que faço um bom trabalho nessas funções, pelo retorno que recebi dos alunos. Eles disseram que eu soube ajudar, soube ensinar os fundamentos. Isso me motivou muito.” — afirma.
Como forma de incentivo, ele ainda falou sobre o sentimento de ver os resultados do seu trabalho. “É reconfortante ver o desempenho deles. As meninas que chegaram à final do vôlei, por exemplo. Foi uma trajetória muito bonita deles e que eu pude participar. É muito gratificante ver essas conquistas.” — relatou.
O papel do esporte e o reconhecimento do apoio
Davi ainda falou do papel social do esporte e como ele enxerga a importância da prática na vida dos estudantes. “Eu vejo (o esporte) como uma saída, porque muitos alunos não têm um bom suporte em casa. Muitos jogaram comigo e depois pararam de estudar. A realidade das escolas públicas é muito diferente. Então o esporte é um meio de buscar tranquilidade, encontrar amizades, de se socializar.”
Por fim, Davi deixou agradecimentos ao técnico Matheus Regazi e à gestão E. E. Alice Loureiro. “Eu quero agradecer muito ao Matheus que me deu muito suporte e me ajudou a enxergar novas possibilidades. Percebi o trato dele com os alunos, a amizade que se forma, mesmo em um ambiente competitivo. Isso me motivou a querer fazer parte disso.”
“Agradeço também aos atletas que jogaram comigo, à instituição e às pessoas que nos apoiaram. As pessoas não sabem, mas ter a experiência de disputar o JEMG, por exemplo, é um momento único nas nossas vidas e que marca a nossa memória.” — completou.