Atleta Na Área | Bete do Peso

A pioneira que transformou desafios em conquistas no levantamento de peso.

Maria Elisabete Jorge, conhecida como “Bete do Peso”, é um exemplo de superação e pioneirismo no esporte brasileiro. A halterofilista, natural de Viçosa, Minas Gerais, desafiou as expectativas ao se profissionalizar no levantamento de peso aos 34 anos, uma idade considerada tardia para iniciar uma carreira esportiva.

Contudo, sua determinação e talento a levaram a conquistar grandes feitos, como se tornar a primeira mulher brasileira a competir em uma Olimpíada na modalidade, nos Jogos de Sydney, em 2000.

O começo de uma jornada improvável

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A entrada de Bete no levantamento de peso foi inusitada e memorável. Após desmaiar durante uma maratona e ser abandonada por seu treinador, um amigo a convidou para experimentar o levantamento de peso. Ela rapidamente se destacou, mostrando força e técnica impressionantes.

Em apenas alguns anos, conquistou títulos importantes, como o ouro no Campeonato Mundial de Masters em 1998, na Grécia, e o tetracampeonato na mesma categoria em 1999, em Glasgow, Escócia.

Sua trajetória até os Jogos Olímpicos de Sydney foi marcada por desafios, mas também por resiliência. Aos 43 anos, ela conquistou sua vaga e levou consigo o nome do Brasil para o cenário mundial do levantamento de peso. Naquela ocasião, a atleta conseguiu o nono lugar.

Legado e dificuldade no esporte brasileiro

Reprodução: Instragram @cblpoficial

Mesmo aposentada das competições, a viçosense continua a contribuir para o esporte. Ela atua como árbitra em eventos internacionais e, recentemente, foi eleita vice-presidente da Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP).

Apesar de sua rica história no esporte, a ex-atleta destaca a dificuldade de obter patrocínios e apoios financeiros no Brasil. “Mesmo com uma trajetória como a minha, não é fácil conseguir investimentos. O esporte no Brasil ainda carece de incentivos”, disse ela.

O impacto do esporte: um legado social e físico

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Além de conquistar medalhas, a halterofilista é uma defensora do esporte como ferramenta de transformação social. “O levantamento de peso ajuda a treinar o corpo para diversas atividades diárias e é essencial em muitos outros esportes. Mas, mais do que isso, o esporte tira jovens do crime e dá oportunidades para quem não as teria de outra forma”, afirma.

No âmbito da saúde, ela ressalta os benefícios da prática regular de exercícios, especialmente os que envolvem força. O levantamento de peso contribui para o fortalecimento muscular, a melhora da postura e a prevenção de lesões, sendo uma modalidade com impactos positivos tanto para o corpo quanto para a mente.

Além disso, Bete afirma ser um esporte para mulheres que querem ser mães, pois a posição necessária para os fundamentos do levantamento de peso leva em consideração a postura do abdômen.

Um exemplo a ser seguido

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Hoje, como árbitra e dirigente esportiva, Maria Elisabete Jorge continua a lutar por maior reconhecimento e estrutura para o levantamento de peso no Brasil, garantindo que as próximas gerações tenham as oportunidades que ela mesma conquistou com tanto esforço.

A trajetória de Maria Elisabete Jorge é um exemplo vivo de superação e dedicação. Mesmo enfrentando desafios, como a falta de investimentos no esporte, ela construiu uma carreira memorável.

Seu legado vai além das competições, servindo como inspiração para atletas e jovens, mostrando que o esporte é uma poderosa ferramenta de transformação social e um caminho para a saúde e oportunidades.