O handebol surgiu no Brasil na década de 1930, através de clubes ligados à imigração alemã na cidade de São Paulo. Com o crescimento da modalidade na cidade, começaram a ser organizados campeonatos nacionais de handebol, até que em 1940 foi fundada, em São Paulo, a Federação Paulista de Handebol. Esse momento foi um importante passo para a consolidação do esporte no país.
Dentre todas as participações em Olimpíadas, tanto a seleção masculina quanto a feminina ainda não subiram ao pódio. Porém, em 2012, na Olimpíada de Londres, a seleção feminina mostrou para o mundo a capacidade de ir além, garantindo o primeiro lugar na fase de grupos e confirmando a melhor campanha da modalidade na história dos Jogos Olímpicos. O Brasil concluiu a competição em sexto lugar, superando a sétima colocação conquistada em Atenas-2004.
Neste ano, a seleção masculina de handebol não se classificou para os Jogos de Paris, isso porque foi derrotada pela Espanha no Pré-Olímpico. Ainda assim, a equipe feminina está disputando os Jogos e demonstrando bons resultados, tendo conquistado a vaga para as quartas de final, contra a Noruega. Sob esse viés, é válido ressaltar uma das craques da seleção: Bruna de Paula.
Das lavouras de café ao destaque no handebol
Bruna de Paula Almeida Aparecida, ou simplesmente Bruna de Paula, nasceu em Campestre, cidade do sul de Minas Gerais. De família humilde, mas muito batalhadora, Bruna começou a trabalhar desde cedo, como auxiliar em uma oficina mecânica, vendedora de picolé e auxiliar de sua mãe na colheita de café. A mineira conheceu o handebol ainda criança, e com todo o trabalho manual realizado em sua juventude, percebeu que seu talento com as mãos era ainda mais proveitoso quando associado ao esporte.
Com a revelação de seu talento, seguiu para São Paulo para jogar em São José dos Campos, onde se destacou e despertou interesse de times internacionais. Desse modo, a brasileira fechou contrato com o Fleury Loiret, da França, e foi aí que a atleta pôde, enfim, mudar a sua realidade.
Na temporada de 2019/2020, a armadora foi eleita a melhor jogadora da liga francesa. Depois disso, foi para o Nantes, também da França, onde manteve as atuações de destaque.
No ano seguinte, Bruna seguiu para o Japão, para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, que haviam sido adiados devido a pandemia da Covid-19. Na ocasião, o Brasil caiu ainda na primeira fase da competição, ao perder para a França.
Mas, apesar do sonho do ouro olímpico ainda não ter se tornado realidade, não faltam conquistas para Bruna de Paula, que já conquistou cinco medalhas de ouro nas competições dos Jogos Pan-Americanos, Campeonato Pan-Americano, Jogos Sul-Americanos e Campeonato Pan-Americano Júnior.
Mais uma chance de fazer história
Dessa vez em território francês, a seleção estreou nos Jogos Olímpicos com vitória contra a Espanha, por 29X18. O grande destaque desta partida foi a goleira Gabriela Moreschi, que fechou o gol e terminou o jogo com 45% de aproveitamento nas defesas. Além disso, Bruna de Paula e Patrícia Matieli foram as artilheiras do time, com seis gols cada. Porém, na sequência, o Brasil perdeu para a Hungria, França e Países Baixos.
Apesar dos resultados negativos da primeira fase, a esperança de pódio ainda continua, pois o Brasil conseguiu se classificar para as quartas ao vencer a Angola por 30X19. Portanto, entre erros e acertos, altos e baixos, a mineira que conheceu a dura rotina dos “boias-frias” terá mais uma vez a oportunidade de fazer história, e quem sabe assim ganhar o tão sonhado ouro olímpico.
O Brasil volta às quadras na terça-feira (6) para enfrentar a Noruega, e caso consagrem a vitória, enfrentarão ou a Dinamarca ou os Países Baixos na etapa semifinal.