O futebol feminino foi inserido nas Olimpíadas em 1996, em Atlanta, nos Estados Unidos, enquanto o masculino tem sua modalidade inserida nos jogos desde 1900. A escolha foi realizada às pressas, não havendo tempo para realizar um competição classificatória e definindo as oito melhores seleções da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 1995, que fariam a participação olímpica. Entretanto, se tivesse acontecido dessa forma a seleção brasileira não teria se classificado para a competição. Muito se deve à Inglaterra, que por ser parte da Grã-Bretanha, não foi aos jogos e sim a nona seleção, que era o Brasil.
Em Atlanta, Estados Unidos, a seleção favorita era das donas da casa que se sagraram como as primeiras campeãs olímpicas do futebol feminino. A partir de então, a seleção norte-americana era favorita todos os anos. Só que ao chegar em Sydney (2000), perderam para as norueguesas.
Em Atlanta (2004) e Pequim (2008) venceram a seleção brasileira, tornando-se as primeiras bi e tri campeãs olímpicas. Já em Londres (2012), também venceram, mas dessa vez derrotando a seleção japonesa. Por ironia do destino, as tricampeãs ficaram de fora da edição do Rio (2016), perdendo a classificação para a seleção alemã. Na última edição, Tóquio (2020/21) as americanas foram eliminadas nas semifinais pela seleção o Canadá, que se sagrou campeão ao final da competição.
Ao contrário dos Estados Unidos, a seleção feminina do Brasil nunca ficou de fora de uma edição das Olimpíadas. Nas Olimpíadas de 1996 e 2000, o Brasil ficou em quarto lugar, depois de perder a disputa pelo prata para a Noruega e pelo bronze para a Alemanha.
Em 2004 e 2008, o Brasil quase foi campeão, mas perdeu para as norte-americanas nas duas finais na prorrogação. Em 2012, pela primeira vez, a seleção brasileira não se classificou para as semifinais, tendo sido derrotada pelas japonesas nas quartas de final. Aqui no Rio, em 2016, o Brasil foi eliminado pela Suécia nas semifinais, na disputa de pênaltis.
A história da Rainha do Futebol em Olimpíadas
Marta Vieira da Silva, estreou nas olimpíadas com o Brasil em Atlanta, 2004, quando tinha apenas 18 anos. E apesar de ser sua estreia, ajudou a seleção a chegar a final olímpica, pela primeira vez. O jogo foi contra a seleção dos EUA e, após empate no tempo regulamentar, a seleção brasileira sofreu o segundo gol, ficando com a medalha de prata. Quatro anos depois, um novo vice olímpico. Em Pequim, o Brasil avançou após a liderança no Grupo F. Noruega e Alemanha foram as vítimas nas quartas e semis, respectivamente. A prata veio após mais uma derrota para os EUA, com gol sofrido na prorrogação. Essas foram suas duas maiores chances de medalha de ouro, essa que ainda não faz parte da vasta galeria de prêmios de Marta.
Dizer que ela fez história no futebol é inegável, algo evidenciado por seus seis prêmios de melhor jogadora do mundo oferecidos pela Fifa. Marta fará a sua sexta aparição em Jogos Olímpicos, feito incrível dentro da seleção.
Com 13 gols nas cinco edições de Jogos Olímpicos que participou até então, a camisa 10 brasileira é a segunda maior artilheira da competição, perdendo somente de Cristiane, companheira de seleção em várias competições, mas que não foi convocada para as Olimpíadas de Paris 2024.
A rainha já detém um recorde que é apenas dela: a única futebolista, entre homens e mulheres, a anotar gols em cinco edições diferentes dos Jogos Olímpicos, marca que poderá se ampliar nessa edição dos Jogos Olímpicos.
O Brasil corre por fora em busca do pódio no futebol feminino em Paris 2024, diante da forte concorrência nesta edição. Mas, se a Seleção conseguir uma medalha, Marta será a primeira jogadora do país com três pódios olímpicos.
A rainha pode fechar o ciclo com o ouro?
O Brasil está no grupo C, ao lado de Nigéria, Japão e Espanha. Sua estreia acontecerá no dia 25 de julho contra a seleção africana. A segunda rodada contra a seleção asiática, no dia 28 de julho, enquanto o fechamento da fase será contra as europeias dia 31 do mesmo mês.
A seleção brasileira se classificou em 2022 para os Jogos Olímpicos, ao vencer a Copa América. Na ocasião, foi a primeira vaga Olímpica para Paris 2024 pelo Time Brasil. Já no ano passado, na Copa do Mundo de 2023, o Brasil estava com expectativa de um bom resultado, mas acabou caindo ainda na fase de grupos. Apesar deste contratempo, Marta enxerga o futuro da seleção feminina com expectativas, visto que a geração vem mostrando potencial para se estabelecer como uma seleção forte e competitiva no cenário mundial.
A Olimpíada 2024 será palco para uma despedida de gala. A Rainha Marta já declarou que se aproxima do último ano com a camisa da Seleção Brasileira, e Paris pode garantir a ela uma conquista inédita para abrilhantar ainda mais sua história.
Muitas pessoas não esperam que a seleção brasileira chegue para brigar pelo lugar mais alto do pódio, mas quem sabe a nossa seleção nos ajude a coroar a rainha do futebol da melhor maneira possível: através de uma medalha dourada por toda sua brilhante trajetória pela seleção verde amarela.