O tamanho da representatividade feminina no Halterofilismo Brasileiro
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, 30% das mulheres não atendiam às recomendações de atividade física. Outro dado importante é o baixo percentual feminino em esportes organizados, como consta o relatório do Comitê Olímpico Internacional (COI). Em 2019, 24% dos cargos administrativos esportivos eram liderados por mulheres, o que evidencia a carência de representatividade feminina.
Apesar das iniciativas sendo tomadas para promover a inclusão e igualdade de gênero no esporte, este é um caminho que exige determinação. Olimpíadas Na Área traz, neste período de jogos olímpicos e paralímpicos, a Maria Elizabete Jorge, 67 anos, a nossa “Bete dos Pesos”, tantas vezes pautada pelas mídias locais e pioneira na modalidade considerada masculina. A viçosense, iniciou o esporte na escola e posteriormente dedicou-se ao halterofilismo.
Representatividade feminina no halterofilismo
Bete se profissionalizou na modalidade aos 34 anos, foi a primeira halterofilista brasileira a participar das Olimpíadas na categoria, realizou diversas conquistas e participou de eventos mundiais. Segundo Bete, mulheres no halterofilismo ainda é considerado um tabu repleto de preconceitos.
Atleta local representando o país
As mulheres ganharam mais visibilidade nos esportes quando Bete estreou no levantamento de peso, em 2000, em Sydney. Aos 43 anos, representou o Brasil na primeira Olimpíada com participação feminina na modalidade. Ela foi técnica da seleção brasileira na categoria, atualmente é árbitra no halterofilismo, esteve nos Jogos Pan-Americanos, 2019, foi campeã Sul-Americana em 1992 e competiu o Campeonato Mundial de Halterofilismo na Grécia em 1999.
O Brasil, inclusive, participou das Olimpíadas de Paris, no qual o halterofilismo é disputado por ambos os gêneros em diferentes categorias, totalizando 120 atletas, em que acontecem duas provas, o arranco e o arremesso. Representando o Brasil nos Jogos deste ano, estrearam as atletas Laura Amaro, que ficou em 7º lugar, a melhor posição para os brasileiros, e Amanda Schott, que obteve a 8ª posição. Esta é a primeira vez que o Brasil leva duas atletas na modalidade.
A importância do incentivo ao esporte
Segundo Bete, o incentivo aos esportes no Brasil é difícil. Por isso decidiu criar um projeto social para descoberta de talentos no halterofilismo. Suas grandes revelações como treinadora foram Welisson Rosa, que participou da Olimpíada de Pequim 2008 e Rio 2016, Mateus Gregório, nos jogos do Rio, e Marco Túlio Gregório, na competição em Lima, 2019. Marco revelou que Bete foi essencial em sua carreira, pois lhe forneceu a base no halterofilismo, e que ela ainda revelará muitos talentos.
“Traficantes conseguem conquistar jovens. Por que o esporte não? Quero fazer essa diferença. Quero conquistar os jovens e trazê-los para o esporte”, afirmou Bete. Ela já foi campeã olímpica de master em novembro de 1998, Grécia, e tetra campeã mundial de master em setembro de 1999, em Glasgow, Scotland.
Para iniciar no halterofilismo, Bete recomenda treinamento, primeiramente para o desenvolvimento do corpo e depois técnica. Atualmente a graduanda em Educação Física dá aulas da modalidade na ASAV (Associação dos Servidores Administrativos da Universidade Federal de Viçosa), que fica localizada na Rua do Pintinho, n° 355, Bairro Bela Vista, Viçosa-MG, por R$ 12,00 a mensalidade. Para interessados, basta entrar em contato com (31)98849-2859. Os treinamentos ocorrem das 8h às 17h, de segunda a sábado.