Opinião | A Brasilidade ainda está de pé

Momento ruim da seleção não apaga a qualidade do talento do Brasil

Quando Dorival Júnior foi anunciado como técnico da seleção brasileira após passagens vencedoras no Flamengo e São Paulo, esperava-se que os fantasmas das eliminações de 2018 e 2022 finalmente seriam deixados para trás após anos sob o comando de Tite.

Para além da mudança no comando técnico, a boa forma de jogadores chave, como Vinicius Jr e Rodrygo, geraram grandes expectativas para a Copa América e o ciclo para a Copa do Mundo de 2026.

Entretanto, a torcida verde-amarela foi confrontada com uma realidade decepcionante visto as promessas de um ressurgimento do futebol brasileiro.

Ao longo de sua campanha nas eliminatórias para a Copa do Mundo e a frustrante eliminação para o Uruguai nas quartas da Copa América, a equipe liderada pelo técnico paulista apresentou um futebol genérico, sem inspiração e amplamente criticado.

De fato, as críticas ao estilo de jogo “sem vida” da seleção são nítidas quando o time entra em campo, fazendo com que até mesmo os principais nomes do Brasil apaguem quando o elenco mais precisa.

Fonte: reprodução/internet

Ainda sim, essa ressaca que se instaurou na amarelinha não deve resumir o elenco e o treinador ao título de fracasso. A qualidade dos jogadores nunca deixou a desejar, visto que Vini Jr é cotado como o novo vencedor do Ballon d´Or e primeiro brasileiro desde Kaká em 2007; Bruno Guimarães é um meia consolidado na disputada Liga Inglesa e vários outros jogadores de qualidade tem se destacado nas principais ligas europeias.

Esse talento brasileiro também está presente além dos 23 convocados pela seleção, já que o Brasil é o 6º país com mais jogadores jogando nas 5 principais ligas europeias, mostrando que a brasilidade continua viva e a todo o vapor.

É inegável que o momento da seleção não é um dos melhores e falta de figuras emblemáticas, como Neymar e Thiago Silva, impacta profundamente o espírito da equipe, mas nem tudo está perdido!

O início frustrante de Dorival ainda pode ser revertido e, a dois anos antes da Copa do Mundo, o Brasil ainda segue vivo para se classificar para o torneio e encontrar sua identidade no processo.

Mudanças no corpo técnico faltando tão pouco tempo para uma Copa do Mundo são, para além de extremas, muito arriscadas por conta das dinâmicas do vestiário, e as limitadas oportunidades para treinar e jogar com determinada filosofia de jogo.

Nessas condições, o espírito corneteiro que habita em cada brasileiro tem de ser controlado para que a amarelinha mantenha seu status de maior seleção do planeta.