Vice-campeão nas últimas edições, o atleta acreano almeja conquistar o primeiro título do Brasil na Classic Physique, desafiando grandes nomes do fisiculturismo mundial.
O Mr. Olympia, maior campeonato de fisiculturismo do mundo, tem início nesta quinta-feira (10) e acontece até o domingo (13) em Los Angeles, nos Estados Unidos. Apesar de esta ser a 60ª edição do evento, o Brasil nunca ganhou um título na categoria Classic Physique, uma das mais disputadas da competição.
Dessa vez, a história é diferente: a promessa brasileira, Ramon Dino vem com muito foco e com uma série de bons treinos para tentar a premiação inédita para o Brasil.
Ramon Rocha Queiroz, mais conhecido como Ramon Dino, nasceu em 9 de fevereiro de 1995, em Rio Branco, capital do Acre. Ele cresceu em Xavier Maia, um bairro de classe média baixa localizado na chamada Parte Alta da capital acreana. É o mais novo dos três filhos de Suzana e Hamilton.
Quando completou 14 anos, Ramon se encantou pela academia. No entanto, as condições financeiras da família não permitiram que ele continuasse os treinos. Determinado a seguir seu sonho, ele encontrou uma alternativa: começou a praticar calistenia ao ar livre, utilizando o pouco de conhecimento que tinha sobre esse universo e transformando parques e praças em sua academia pessoal.
Seu esforço contínuo e sua genética impressionante o fizeram ganhar músculos muito rápido, chamando a atenção do professor de musculação Márcio Garcia. O professor enxergou potencial no jovem, então com 18 anos, e o convidou para competir, iniciando assim a trajetória de Ramon no fisiculturismo.
Em 2016, Ramon participou de seu primeiro campeonato de fisiculturismo e desde então foram dezenas de prêmios conquistados, tornando-se o maior nome do esporte no Brasil.
No cenário internacional, todos os olhos estão voltados para dois nomes na Classic Physique: Ramon, vice-campeão nas últimas duas edições, e o pentacampeão Christopher Bumstead, conhecido como CBum.
Apesar da dificuldade de vencer seu principal adversário, Ramon conta com algumas vantagens, como um físico mais jovem e saudável e a preparação mais longa de sua carreira, com foco na conquista do mais alto prêmio de sua categoria.
O árbitro do Olympia Terrick El Guindy falou, em entrevista à CNN Brasil, sobre a dedicação de Ramon para a conquista do título: “É uma combinação da determinação com uma grande genética. Muitas pessoas falham ao pensar que o Ramon é apenas um atleta de grande genética. Não. Para falar a verdade, apesar da grande genética, eu acredito que a determinação e a disciplina são os pontos mais fortes dele”, afirmou.
Além de enfrentar CBum, atual campeão da categoria, Ramon também terá outros grandes oponentes no Olympia deste ano, como o holandês Wesley Vissers, que o superou no Arnold, e o alemão Urs Kalecinski, cotado para estar entre os cinco melhores.
A trajetória não será fácil, mas Ramon entra confiante, pronto para mais uma das centenas de competições de que já participou. O pré-julgamento de sua categoria ocorre no sábado (12), a partir das 13h30 (horário de Brasília), e as finais também acontecem no sábado, a partir das 23h (horário de Brasília).