Paralimpíadas Na Área | Claudiney Batista dos Santos, da tragédia ao recomeço

Os Jogos Paralímpicos estrearam em 1960 em Roma, na Itália. A delegação brasileira começou a fazer parte da competição apenas em 1972 e conquistou a primeira medalha quatro anos depois na edição de Toronto. Robson Almeida e Luiz Carlos Costa ficaram com a prata no Lawn Bowls, um esporte semelhante a bocha.

Na modalidade de atletismo, o Brasil conquistou as primeiras medalhas em 1984, em Nova Iorque (EUA) e em Stoke Mandeville (Inglaterra). Naquele ano, o país faturou seis medalhas de ouro, doze de prata e três de bronze. No total, o país já faturou 109 medalhas em Jogos Paralímpicos, das quais 32 foram de ouro, 47 de prata e 30 de bronze.

As Paralimpíadas se destacam pela inclusão de pessoas com deficiência e impactam diretamente a sociedade, além de promover inclusão e visibilidade dos mesmos. Além disso, grandes atletas consolidados servem de inspiração para jovens, que encontram no esporte forças para recomeçar, após um acidente ou quando nascem com alguma deficiência.

Atletas com deficiência física, visual ou intelectual podem disputar o atletismo com provas de corrida, salto, lançamento e arremessos, tanto no masculino quanto no feminino.  Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta pode ser acompanhado por guias, ligados a eles por uma corda. Já entre os deficientes físicos, há corridas com o uso de próteses ou em cadeira de rodas.

Da tragédia ao recomeço, conheça a história de superação de Claudiney Batista dos Santos

Foto: Marco Antônio Teixeira/MPIX/CPB/

Em 2005, o atleta Claudiney Batista dos Santos se preparava para o campeonato de fisiculturismo quando sofreu um acidente de moto. Em decorrência dos ferimentos, os médicos constataram que havia a necessidade de amputar sua perna esquerda. O atleta então, conheceu a Paralimpíada e a modalidade de atletismo ainda no hospital, ao receber a visita de dois atletas que praticavam basquete sobre cadeira de rodas que farlaram para ele sobre o esporte paralímpico.

Ao receber alta, Claudiney tinha dois caminhos: perder a vontade de viver ou transformar a tragédia em superação. O atleta buscou forças no filho que tinha apenas 2 anos de idade e começou a conciliar o trabalho em duas empresas e os treinamentos para recuperar o físico. Dois anos após o acidente, ele foi conhecer o CAD Rio Preto (Clube dos Amigos dos Deficientes) a convite do coordenador do clube, fez testes para lançamento de disco, dardo e arremesso de peso e passou no teste. Ele continuou treinando até 2011 quando participou pela primeira vez do Pan Americano de Guadalajara. Desde então, marca presença em todos os jogos e campeonatos paralímpicos.

Em busca de novos recordes e novas medalhas

Foto: Alex Davidson/ Getty Images for International Paralympic Committee

Claudiney subiu ao pódio pela primeira vez em Londres 2012 com a conquista da medalha de prata. Nos Jogos Paralímpicos de Verão de 2016, no Rio de Janeiro, faturou o ouro. Em Tóquio 2020, repetiu o feito com mais uma conquista do lugar mais alto do pódio no lançamento de dardo, com recorde paralímpico de 45 metros e 59 centímetros.

Os Jogos Paralímpicos serão realizados entre 28 de agosto a 08 de setembro. Claudiney Batista dos Santos é um dos 4.400 atletas que vai à Paris neste ano com o objetivo de continuar fazendo história no atletismo brasileiro. Ele vai em busca de novos recordes e novas medalhas, além de ser uma grande inspiração para outros jovens que buscam no esporte um recomeço.