Paralimpíadas Na Área| Gabriel Araújo, o futuro da natação Paralímpica

A natação Paralímpica

A natação paralímpica é um dos esportes originais, estreando nos Jogos inaugurais de Roma 1960. Desde então, tornou-se uma das modalidades paralímpicas mais populares. Atletas com qualquer tipo de deficiência, seja ela física ou intelectual, podem nadar, pois o esporte é simples e não requer equipamento específico (próteses não são permitidas). Os nados peito, costas, borboleta, estilo livre e medley fazem parte do programa dos Jogos Paralímpicos em diversas distâncias, exceto as de meio fundo (800m e 1500m).

Durante as provas os nadadores começam com um mergulho, ou diretamente na água caso a deficiência os impeça de utilizar a plataforma de partida. A ajuda é dada a qualquer um que não consiga segurar a plataforma sozinho. 

Atletas com deficiência visual são auxiliados por um guia, que utiliza um dispositivo para tocar a cabeça do nadador conforme ele se aproxima das viradas ou do final da prova.

A classificação é feita de todos os tipos de deficiência e é realizado da forma abaixo:

  • Letra: S (=swimming, natação em inglês)
  • Número: 1 a 0 = deficiência física / 11 a 13 = deficiência visual / 14 = deficiência intelectual. SB é ocasionalmente utilizada para nado peito / SM para medley.

No Brasil, a modalidade é forte, com um acúmulo de 102 medalhas em Jogos Paralímpicos. Assim, a natação é o segundo desporto com o maior número de conquistas na competição, ficando atrás apenas do atletismo. Por essa razão, vale destacar o Gabrielzinho: nadador brasileiro que faz história entre as raias.

História do Atleta

Foto: Alê Cabral/CPB

Gabriel Geraldo dos Santos Araújo, mais conhecido como Gabrielzinho, é um atleta brasileiro de natação S2, categoria destinada a pessoas com deficiências físicas de grau alto. Com 22 anos, Gabrielzinho já é destaque na natação. Em Tóquio 2020, o atleta conquistou duas medalhas em sua primeira aparição em jogos Paralímpicos, uma de prata nos 100m costas e duas de ouro na competição, uma sendo nos 200m livre e a outra nos 50m borboleta, chegando em Paris como favorito às medalhas.

Ele foi diagnosticado com focomelia, uma condição rara que impede o desenvolvimento completo de braços e pernas. Gabriel encontrou na natação uma forma de superar os desafios e alcançar seus objetivos. Em 2015, nos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG), foi descoberto por um professor de Educação Física, e nunca se deixou abater por suas limitações físicas. Desde então, sua trajetória tem sido marcada por vitórias e recordes nas piscinas.

Expectativa para as Paralimpíadas

Foto: Alessandra Cabral/CPB

Gabrielzinho tem acumulado medalhas e recordes em competições internacionais. Em 2023, nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, ele conquistou ouro nas provas de 50m livre, 50m costas, 100m livre, 100m costas e 200m livre. No mesmo ano, no Mundial, ele brilhou novamente, levando ouro nos 50m costas, 100m costas e 200m livre.

Em 2024 ele foi um dos grandes destaques do World Series de natação paralímpica, quebrando dois recordes mundiais, completando os 50m borboleta da classe S2 em 52s37, superando seu próprio recorde anterior. Além disso, fez o melhor tempo do ano nos 100m livre.

O atleta mineiro tem dedicado os últimos três anos à preparação para esta competição e se mostra confiante em seus objetivos. Além disso, disse que tem o Daniel Dias – maior medalhista paralímpico brasileiro, com 28 medalhas – como uma de suas principais inspirações, e busca um dia chegar próximo ao incrível resultado de seu ídolo.

Os esportistas brasileiros se destacam nos Jogos Paralímpicos, e o nosso atleta vai com confiança e força para Paris 2024, buscando mais medalhas para o Brasil e para a natação, além de buscar ótimos resultados, e, quem sabe, quebrar recordes.