O lançamento de dardo foi originado ainda na pré-história, como forma de caça de animais e sobrevivência contra predadores, e a sua versão atual possui diversas diferenças da prática original, sobretudo pela adaptação feita no esporte.
Sua popularidade foi aumentando rapidamente, ao ponto do esporte ser incluído nos Jogos Olímpicos modernos a partir da edição ocorrida em 1908, em Londres. Desde então, o esporte que sofreu várias alterações, desde os materiais até suas próprias regras, acabou se tornando “figurinha carimbada” nos Jogos Olímpicos.
Já no meio paralímpico, o lançamento de dardo faz parte das diversas provas do atletismo, e é classificado como uma prova de campo, designada pela letra F do inglês “Field”. A modalidade, assim como a natação paralímpica, também possui subcategorias de acordo com a deficiência dos atletas:
11 a 13: Com deficiência visual
40: Anões
41 a 47: Amputados e outros
51 a 57: Competem em Cadeira de Rodas
Para o Brasil, a modalidade tem uma grande esperança de medalha com os arremessos de Izabela Campos na classe F11, que já fez história em diversos campeonatos e busca seu primeiro ouro olímpico em Paris.
O descobrimento de um talento
Nascida no dia 11 de abril de 1981, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Izabela é presença constante em campeonatos mundiais e pan-americanos há muito tempo, trazendo medalhas para o Brasil desde 2013.
Com 6 anos, a mineira contraiu sarampo, fazendo com que efeitos da doença fossem desenvolvidos ao longo do tempo, eventualmente afetando sua visão e a incapacitando gradualmente. Aos 18 anos, Izabela perdeu sua visão por completo. Anos depois, ela começou a praticar o atletismo como forma de perder peso, participando de provas de longa duração como os 5.000 metros. Ao mesmo tempo ela praticava provas de campo e seguia conciliando a vida atlética.
Com o tempo, Izabela desenvolveu mais afinidade com as provas de arremesso e descobriu grande talento na modalidade. Após intensos treinamentos, a trajetória da belo-horizontina nas pistas deu lugar ao campo, e depois desse momento, Izabela deu passos largos rumo a uma carreira de grande sucesso no arremesso de dardos.
Uma trajetória de se orgulhar
O ciclo olímpico de 2016 foi marcado pela presença constante nos pódios em mundiais e no pan-americano, com direito ao ouro no lançamento de dardo e prata no arremesso de peso no Parapan de Toronto em 2015. Já no Rio 2016, Izabela conquistou o bronze e mostrava sinais de ascensão para 2020.
Em mais um ciclo olímpico, a mineira conquistou diversas pratas e bronzes nos mundiais, focando no desenvolvimento do seu lançamento de dardos. Ainda assim, não conseguiu voltar de Tóquio com medalha para o Brasil. Contudo, Izabela não demonstrou-se abalada, e persistiu com os treinamentos intensivos para representar o país em Paris.
Aos 43 anos, Izabela já superou todas as expectativas ao fazer de sua deficiência uma motivação para se superar constantemente, trazendo imenso orgulho ao Brasil com sua participação em diversos campeonatos. Em 2024, o objetivo da atleta continua o mesmo desde sua primeira Paralimpíada: estar no lugar mais alto do pódio e conquistar a tão cobiçada medalha de ouro.