SOFT SKILLS VS HARD SKILLS
Denice Caetano é formada em Comunicação Social com ênfase em Relações Públicas, mas com MBA (Master of Business Administration – em português, Mestre em Administração de Negócios) em Gestão de Pessoas, que foi o pontapé para ela se encontrar na área. Hoje, possui mais de 10 anos de experiência no setor de Recursos Humanos e compartilha com o OutrOlhar sua percepção sobre as expectativas e habilidades procuradas pelas empresas atualmente.
Segundo ela, além das habilidades técnicas específicas para cada área, denominadas hard skills, as empresas valorizam cada vez mais as soft skills, ou seja, a capacidade que o profissional tem para resolver problemas, a criatividade, a comunicação efetiva e a habilidade de trabalhar em equipe.
“As soft skills são cada vez mais valorizadas, pois os empregadores entendem que elas são essenciais para uma colaboração efetiva e um bom ambiente de trabalho”.
Ela destaca, ainda, a importância do desenvolvimento contínuo e da capacidade de se adaptar a mudanças fundamentais no mercado de trabalho nos dias de hoje. “Esse mercado está em constante evolução e é fundamental que os profissionais estejam abertos a aprender e se atualizar constantemente”, acrescenta a profissional que mostra as diferenças entre as habilidades técnicas e comportamentais.
SOFT SKILLS – HABILIDADES COMPORTAMENTAIS VALORIZADAS
As soft skills são habilidades comportamentais que se referem às características pessoais e à forma como interagimos uns com os outros no ambiente de trabalho. Essas habilidades são mais difíceis de serem medidas ou ensinadas formalmente, mas desempenham um papel fundamental no sucesso profissional, segundo estudo publicado pela empresa de recrutamento Gupy. Alguns exemplos são:
- Comunicação efetiva: Capacidade de expressar ideias de forma clara e ouvir atentamente os outros.
- Trabalho em equipe: Habilidade de colaborar e contribuir em um ambiente de grupo.
- Pensamento crítico: Capacidade de analisar informações, resolver problemas e tomar decisões fundamentadas.
- Adaptabilidade: Capacidade de se ajustar a novas situações e lidar bem com mudanças.
- Inteligência emocional: Habilidade de reconhecer e gerenciar as próprias emoções e entender as emoções dos outros.
- Liderança: Capacidade de influenciar, motivar e guiar outras pessoas.
- Resolução de conflitos: Habilidade de identificar e resolver problemas interpessoais de maneira construtiva.
Essas habilidades são altamente valorizadas pelas empresas, pois contribuem para um ambiente de trabalho saudável, uma boa comunicação e o alcance de resultados efetivos.
HARD SKILLS – HABILIDADES TÉCNICAS ESPECÍFICAS
As hard skills, por outro lado, são habilidades técnicas específicas relacionadas a uma área de conhecimento ou profissão específica. De acordo com a plataforma de recrutamento mais utilizada no Brasil, Gupy, elas podem ser aprendidas e mensuradas de forma mais concreta, geralmente adquiridas por meio de educação formal, treinamentos ou experiência prática. Exemplos de hard skills incluem:
- Conhecimento em programação de computadores.
- Fluência em um idioma estrangeiro.
- Habilidades em análise de dados e estatísticas.
- Conhecimentos em contabilidade e finanças.
- Competências em marketing digital.
- Conhecimento de design gráfico e edição de vídeos.
- Habilidades em gestão de projetos.
Essas habilidades são essenciais para desempenhar funções específicas e lidar com tarefas técnicas no ambiente de trabalho. As empresas geralmente procuram candidatos com as hard skills necessárias para preencher posições específicas.
ABERTURA PARA APRENDER E FLEXIBILIDADE SÃO FUNDAMENTAIS
Lucas Oliveira, jovem de 21 anos que está prestes a ingressar no mercado de trabalho, compartilhou suas expectativas e preocupações. Segundo Lucas, ele espera encontrar oportunidades que valorizem a criatividade, a inovação e a capacidade de se adaptar a um ambiente em constante transformação.
“Acredito que o mercado de trabalho está cada vez mais dinâmico, então é importante ser flexível e estar disposto a aprender coisas novas”, afirma.
Ele também destaca a importância de habilidades técnicas, como conhecimentos em informática e fluência em idiomas estrangeiros, além das habilidades interpessoais. “Acredito que a comunicação, o trabalho em equipe e a capacidade de resolver problemas são competências fundamentais para se destacar no mercado”, acrescenta Lucas.
William Silva, Gestor de Pessoas, confirma as expectativas de Lucas Oliveira. Segundo ele, a empresa na qual trabalha busca profissionais flexíveis, que consigam se adaptar a diferentes demandas e atuar de forma multidisciplinar. “Valorizamos profissionais que tenham uma visão abrangente e que estejam dispostos a se envolver em diferentes áreas e projetos”, enfatiza.
Ele destaca que as empresas valorizam a capacidade de solucionar problemas de forma criativa, a comunicação efetiva e a habilidade de trabalhar em equipe. Além disso, William menciona a importância da proatividade e da busca por aprendizado:
“Procuramos profissionais que estejam sempre em busca de se desenvolver e se atualizar, pois isso é fundamental para acompanhar o ritmo acelerado do mercado”, conclui.
Ana Ferreira, de 23 anos e natural de Belo Horizonte, recentemente conseguiu seu primeiro emprego como desenvolvedora de software em uma empresa de tecnologia. Para ela, as empresas valorizam profissionais que possuam habilidades técnicas específicas, como programação, mas também destacam a importância das soft skills.
“Além de ter conhecimentos técnicos sólidos, acredito que as empresas buscam pessoas com habilidades de comunicação efetiva, trabalho em equipe e proatividade”, comentou.
Além disso, a recém contratada reafirma a importância de se manter atualizada e disposta a aprender novas tecnologias, “pois as demandas e ferramentas estão em constante evolução”.
O QUE DIZEM AS ESTATÍSTICAS?
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego entre os jovens no Brasil tem sido historicamente mais alta do que entre os adultos. Em 2022, a taxa de desocupação para pessoas entre 18 e 24 anos foi de aproximadamente 27%, enquanto a taxa geral de desemprego foi de cerca de 14%.
No entanto, pesquisas mostram que possuir um diploma de ensino superior pode fazer a diferença para a empregabilidade dos jovens. Segundo o estudo “Educação Compensa”, realizado pelo Centro de Estudos em Políticas Públicas (CEPP), jovens com ensino superior têm uma taxa de desemprego significativamente menor em comparação com aqueles que possuem apenas o ensino médio, cerca de 25% .
Ainda, a pesquisa revelou que cerca de 70% dos jovens que saem da faculdade conseguem emprego no prazo de um ano após a formatura. Esse número é significativamente maior em comparação com aqueles que possuem apenas o ensino médio, aproximadamente 45% encontram emprego no mesmo período.
De acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial, as habilidades mais procuradas pelas empresas atualmente incluem pensamento crítico, resolução de problemas complexos, criatividade, colaboração, inteligência emocional, alfabetização digital e liderança. Essas habilidades, conhecidas como “soft skills”, são consideradas essenciais para o sucesso profissional em um ambiente de trabalho em constante evolução.
OU SEJA…
O mercado de trabalho para os jovens requer uma combinação de habilidades técnicas e comportamentais. Além de conhecimentos específicos para cada área de atuação, as empresas valorizam habilidades como comunicação efetiva, trabalho em equipe, resolução de problemas e capacidade de adaptação. Para isso, é fundamental que os jovens estejam abertos ao aprendizado contínuo, sejam flexíveis e estejam dispostos a se envolver em diferentes projetos. Essas características são fundamentais para se destacar em um mercado competitivo e em constante transformação.