Com 150 anos de existência, o município de Viçosa possui uma vasta riqueza cultural e artística. Por ser uma cidade universitária, eventos como shows e outras apresentações culturais são frequentes. Este cenário faz com que a cidade seja um local fértil para o surgimento de novos talentos no campo das artes e na música. É neste cenário que surge o Centro Experimental de Artes, para incentivar o gosto pelas expressão artística entre os jovens viçosenses.
A história do Centro Experimental de Artes começa em 1994, quando o artista e gestor cultural Marcelo Andrade e outros incentivadores da cultura decidiram solicitar à prefeitura municipal que criasse um espaço de aprendizagem e valorização da arte. O projeto já ocupou outros espaços, mas, atualmente, está sediado na rua Ana Koester, número 82, próximo à Rua Gomes Barbosa.
Enfraquecimento das atividades e retomada
Houve um período em que o projeto passou por um enfraquecimento, tendo poucas oficinas, que ficavam divididas entre o núcleo e a estaçãozinha da UFV. Foi nessa época que Thomas Medeiros procurou ajuda para reavivar a instituição.
Atualmente, o projeto acolhe crianças e adolescentes com idades entre 7 e 17 anos e conta com 13 oficinas das mais diversas modalidades, como danças urbanas, teatro infantil, desenho, violão clássico etc. Estudantes de escolas públicas têm prioridade, mas os alunos de colégios privados também podem ser matriculados nos cursos.
A chefe da Divisão Administrativa do Centro Experimental de Artes, Jussara Bonfim, conta que ingressou no projeto a pedido do secretário da cultura Thomas Medeiros. “Eu era Secretária Executiva da Cultura quando o Thomas estava querendo voltar com as aulas. Ele precisava de uma pessoa para ajudá-lo. Ele pediu a secretário da época que me emprestasse por um ano, eu me apaixonei pelo projeto e já estou aqui há cinco anos”, relata Jussara.
A trajetória de um músico
Mauricio Pereira é professor de violão popular e trabalhou no Centro Experimental de Artes por quatro anos. Ele se afastou do projeto ao se mudar para Belo Horizonte, mas ao retornar ao município, voltou a dar aulas no local. Mauricio conta que a música entrou em sua vida quando ainda era criança: “Meu pai tocava clarineta e eu comecei a tocar flauta. Na UFV, tinha curso de música para crianças, eu cursei flauta doce e depois comecei a fazer a flauta transversal”, conta o professor.
Anos mais tarde Mauricio conhece o violão e começa a dar aula em uma extinta escola de música de Viçosa chamada “Guerra Peixes”. A dona da instituição era muito próxima do projeto cultural da prefeitura e informou a Mauricio que havia aberto uma vaga para professor. Foi dessa forma que sua trajetória como professor de violão popular no local teve início.
“Eu acho o projeto importante para as crianças, principalmente aquelas que não tem condições de pagar aulas de dança ou de violão. Aqui é tudo de graça, as pessoas têm acesso a bons professores e a gente faz apresentações. Música e esportes sempre acrescentam na vida”, conclui o professor.
Retorno das aulas presenciais
Devido à pandemia as atividades presenciais do projeto ficaram suspensas por dois anos, sendo realizadas de forma remota. O retorno presencial ocorreu em 2022, sendo observados os protocolos de prevenção como o uso de álcool em gel, distanciamento social e uso de máscaras.