quinta-feira, novembro 21

Do banco ao estúdio musical: A trajetória de Afonso Júnior, o Junin

Por Melissa Castro e Francisco Rodello

Afonso Júnior, conhecido como “Junin”, tem 25 anos, é o idealizador do Estúdio Seven. Natural da Zona da Mata Mineira, da cidade de Araponga – MG, que tem cerca de 8 mil habitantes (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2010). Teve contato com a música desde sua infância. O primeiro instrumento musical que ele tocou foi o trompete. Dos 8 aos 12 anos fez parte da Orquestra Lira de Araponga (banda que toca todos os gêneros musicais). 

 

Após chegar a fase da adolescência, em que parte das pessoas usam aparelhos dentários, Junin ficou impossibilitado de continuar tocando seu instrumento, que era sopro, e aprendeu a tocar violão, em aulas oferecidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da sua cidade natal. O contato com o violão aguçou a audição de Afonso, e fez surgir a vontade de compor e trabalhar, de fato, com a música, aprendizados que ele carrega até hoje em suas composições. 

 

 

Afonso Júnior ou simplesmente Junin Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal
 
A primeira banda da qual ele participou, dos 14 aos 18 anos, chamava-se “Casabumba”, e tocava forró pé de serra e reggae. “Foi a época em que eu mais fiz shows na minha vida”, relata Junin, que explica que neste período, os meses de junho e julho eram os mais agitados, por causa das festas de época. O último show que a banda realizou foi a abertura da apresentação do Maneva, em Viçosa, no ano de 2017. Junin conta que nesse momento seu contato com o rap era mínimo.
 
Aos 18 anos, Junin saiu de Araponga e veio para Viçosa para estudar contabilidade na UniViçosa. Montou uma banda com amigos chamada “7mbro”, desde então o rap fez parte de seu cotidiano.
 
Após se formar, trabalhou três anos como gerente bancário e um ano em uma financeira. Entretanto, sempre continuou com seus projetos musicais, mesmo com o fim do “7mbro”. Tinha um mundo paralelo com música durante toda sua vida profissional.
 

 

 

 

Estúdio de filmagens da Seven Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

 

Um empurrão da vida

 

No início da pandemia, em 2020, a financeira o demitiu, e esse foi o clique para ele começar a trabalhar de verdade com a música. Neste momento, ele ofereceu aulas de violão para os viçosenses. 

 

Junin considera esta fase como um empurrão da vida, para ele fazer o que sempre sonhou. “Porque eu sempre quis, eu nunca pensei, mas eu sempre quis”. Ele conta que nesse momento trabalhou com edições de vídeos, aulas de violão e canto. Quando foi demitido, era um ano eleitoral, por isso conseguiu vários freelancers de fazer jingles. Ele conta que fez, aproximadamente, 100 composições para candidatos.  

 

Com esse gancho, Junin viu a possibilidade concreta de investir profissionalmente num estúdio. Ele conta que a partir daí entendeu a lógica por trás do mercado. Desde então, remodelou o negócio de pequenos jingles para produzir artistas de verdade e fez disso seu sustento.

 

Foi neste momento que Afonso começou a se dedicar à produção musical, mas precisou de adquirir novos conhecimentos para dominar todo o processo e otimizar o seu trabalho, desde a produção até a mixagem e masterização, a parte da finalização

 
Logo em 2020, a Seven nasceu. Oferecendo serviços de gravação, mixagem, masterização e audiovisual. Hoje a gravadora é um estúdio musical situado no bairro Silvestre, na cidade de Viçosa. 
 
Com a precisão de produzir, surgiu a vontade em aprender. Foi neste momento que Afonso começou a se dedicar à produção musical, precisou de adquirir novos conhecimentos para dominar todo o processo e otimizar o seu trabalho, desde a produção até a mixagem e masterização, a parte da finalização.
 
Em 2021, ao mudar-se para um local onde era possível montar um estúdio de forma profissional, ele instalou o atual Estúdio Seven. A partir daí começou a produzir artistas de Viçosa, majoritariamente, mas também abriu as portas para toda a Zona da Mata Mineira. Com isso o estúdio se projeta como um aglutinador de um movimento que une essa a microrregião de Viçosa, principalmente dentro da cena de rap e trap.
 

 

 

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