A Universidade Federal de Viçosa é uma instituição conhecida por abrigar estudantes com diferentes talentos, entre eles, para a música. Além de um hobby, as apresentações musicais também podem ser uma atividade profissional para aqueles que vêm e permanecem em Viçosa durante a graduação. Nesse cenário, Rhudson Sampaio e Pedro Bambirra são nomes que se destacam ao equilibrar vida acadêmica e trabalho cultural.
Rhudson Sampaio
Rhudson Sampaio é músico e cursa Ciências da Computação. O jovem, que nasceu em Montes Claros e foi criado em São Francisco, na região norte de Minas, teve seu primeiro contato com a música aos 14 anos por meio da banda escolar do internato no qual estudou. Após sair do ensino médio, em 2014, iniciou a graduação em Ciências da Computação no Instituto Federal do Norte de Minas e começou a se apresentar em eventos da faculdade.
A mudança do que era lazer para que o viria a se tornar sua principal atividade profissional aconteceu em 2017, ano que marcou seu ingresso na UFV e a mudança para Viçosa. “Foi quando eu me descobri enquanto artista de fato. Eu fui aprofundar os estudos de música e tive contato com pessoas que tocam. Conheci muita gente que me ajudou muito nessa caminhada” – declara Rhudson, que conta com um repertório focado no soul e R&B.
Sua estreia nos bares aconteceu em 2018 e contou com dificuldades no início, mas a recepção dos estabelecimentos foi positiva após alguns meses. No mesmo ano, o diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) foi seguido do desligamento da Universidade após problemas na conciliação de profissão e estudo. Foi quando Rhudson buscou o tratamento psicológico adequado, conseguindo retornar à instituição em 2019 e seguir a carreira, usando a música como refúgio emocional.
Segundo o jovem, sua produção musical a longo prazo não visa retorno financeiro. “Minha relação em produzir arte é de uma forma que eu não tenho visão de ganhar dinheiro com isso, por isso que eu to na Computação. Eu quero fazer um trabalho artístico mesmo. Pode demorar dois ou cinco anos para sair um single, eu não me importo. Eu quero fazer uma coisa que represente o que eu sinto de verdade” – comenta.
Atualmente, Rhudson toca nos bares viçosenses, variando entre apresentações solos (voz e violão) e em grupo (com banda). O estudante tem expectativa de apostar mais em trabalhos autorais em breve, mas prefere contar com uma outra fonte de renda para investir o tempo necessário no projeto e garantir uma maior estabilidade financeira.
Pedro Bambirra
Pedro Bambirra iniciou seus estudos em música em 2006, quando começou a aprender a tocar e cantar de maneira autodidata. Natural de Belo Horizonte, ele integrou a dupla sertaneja Zé Lucas e Henrique de 2014 a 2016, assumindo o nome artístico Zé Lucas.
Em 2016, o duo chegou a ser aprovado nas audições do programa X-Factor Brasil, competição musical promovida pela rede Band e reconhecida nacionalmente. No ano seguinte, Pedro ingressou no curso de Agronomia da UFV e enfrentou algumas dificuldades que culminaram no fim da dupla. Foi então que ele começou a tocar em bares, de forma solo.
O músico conta que a receptividade que teve no ambiente musical viçosense foi muito maior que em BH. Apesar disso, ele enfrentou uma restrição em relação ao seu estilo:
Além da voz e violão, apresentados tipicamente em bares, ele também tem feito apresentações em eventos privados com banda completa e banda reduzida, chamado pocket show.
Em relação à conciliação entre estudos e carreira musical, Pedro afirma que os estudos são sua prioridade, e sempre agenda as apresentações para os finais de semana – sexta, sábado, e às vezes, no domingo. Apresentações durante a semana só são feitas se vierem com uma ótima oportunidade, como por exemplo, um grande público.